Sangue no Oeste




             






        CLIQUE AQUI E COMPRE O SEU EXEMPLAR, DIRETO 

        DA EDITORA.






Este livro descreve na linha do tempo episódios de violência que marcaram a conquista do Oeste brasileiro. As guerras entre índios e bandeirantes, os crimes da guerra do Paraguai, as epidemias que devastaram populações inteiras, as manifestações truculentas do fanatismo xenófobo, o sangue de irmãos nas rebeliões por motivos políticos, as chacinas e as ocorrências que impactaram o cotidiano da região, erroneamente, carimbada como o território mais violento do Brasil. São registros que acompanham a chamada civilização branca neste outrora longínquo pedaço do Brasil, desde a chegada dos primeiros aventureiros até os dias atuais.



PREFÁCIO

* Eronildo Barbosa 

          Muito me orgulha prefaciar o livro - SANGUE NO OESTE, Mortes e crimes violentos na história de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul - de autoria do jornalista Sergio Manoel da Cruz, um dos mais importantes pesquisadores da história social desses dois estados. 

          Conheci Sergio Cruz na segunda metade da década de 1980, no escritório político do deputado Federal Valter Pereira, em Campo Grande, onde se reunia muita gente boa para debater política. Nas intervenções do Sergio, ficava claro o seu conhecimento e compromisso com a historiografia regional.




Aos poucos, tive acesso aos artigos e livros que ele produz. Me tornei um leitor voraz da sua produção literária. Daí, minha alegria por ter sido escolhido, pelo autor para prefaciar esta obra. 

          Sangue no Oeste é fruto de longa pesquisa bibliográfica e tem o objetivo de recuperar historicamente parte dos crimes que marcaram o processo de formação social de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. 

          O autor, incialmente, nos leva a uma viagem ao tempo em que se realizava o processo de ocupação econômica dos sertões do Centro-Oeste, com base na exploração do ouro cuiabano, aventuras que se materializavam em terras cuja hegemonia pertencia aos indígenas. 

          Nas primeiras páginas ficamos sabendo da morte de dezenas de portugueses no ano de 1730, que transportavam pelo rio Paraguai sessenta arrobas de ouro, guarnecidas por muitos barcos, homens e armas de fogo. Mesmo assim os Paiaguás foram à luta e derrotaram os monçoeiros num verdadeiro rio de sangue. 

          A luta dos indígenas contra a exploração dos portugueses ocupa parte importante do livro. Os Paiaguás e Guaicurus tiveram relações conflitantes com as autoridades da época. Inclusive, soldados que guardavam as fronteiras foram alvos dos povos primitivos. Mais tarde, o Estado, com base na truculência, venceu os indígenas e deu continuidade ao trabalho de ocupação dos sertões.

          Os escravos, que viviam e trabalhavam em Mato Grosso, a exemplo dos indígenas, também se revoltaram contra seus patrões. Não foram poucas e nem pacificas as ações desses senhores e senhoras contra o regime escravista e seus líderes. 

          A violência formal, em nome do Estado, não passou despercebida neste trabalho. Sergio reuniu informações sobre processos públicos desde o ano de 1800. Era muito comum os juízes determinarem penas como açoites, degredo e a morte do sentenciado. Como se sabe, naquele tempo, no Oeste, a Lei era exercida pelos coronéis e gente poderosa da época. 

          A cidade de Cuiabá foi palco de várias revoltas que terminaram em chacinas de lideranças políticas de grande importância. Ao longo do livro o leitor encontrará muitas informações sobre esses movimentos, especialmente aquele que ficou conhecido como a Rusga, ocorrido em 1834, quando um grupo relevante de portugueses foram mortos e outros tiveram suas casas saqueadas, evento que se encerrou com a migração das famílias perseguidas para a parte sul de Mato Grosso.  

          Os intensos combates que se materializaram na fronteira de Mato Grosso com o Paraguai, ao longo da chamada Guerra da Tríplice Aliança, com a morte de milhares de soldados brasileiros na primeira fase da guerra, é um capítulo importante do trabalho. 

          Não menos importante são os registros dos vitimados pela varíola e cólera, doenças que contribuíram enormemente para a morte de parte importante da população civil e dos militares que combatiam o Exército de Solano Lopes. As principais cidades de Mato Grosso registraram surtos dessas doenças.    

          Sergio não limitou a sua pesquisa ao Brasil Colônia. Os crimes de grande repercussão das últimas décadas estão descritos no livro, notadamente aqueles com caráter político. São vários os registros de políticos que foram assassinados por motivos fúteis ou disputas políticas. 

          Nos últimos capítulos, depois de narrar muitas mortes em decorrência dos movimentos e revoltas políticas, algumas com caráter claramente divisionistas, o autor descreve a trama que culminou com a morte de Ludinho, filho do ex-prefeito de Campo Grande, Lúdio Martins Coelho que, até o tempo presente, continua sendo um dos crimes mais comentados no estado. 

          As mortes de jornalistas e comunicadores também mereceram atenção do autor. Gostei do resultado. Ficou fácil de ler. Toda a obra foi muito bem documentada. O público terá a sua disposição um trabalho que irá contribuir muito com o resgate da história social de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. 

          

          *Escritor e professor universitário.


CLIQUE AQUI E BAIXE O SEU EXEMPLAR

Comentários